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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Eu poderia jurar que jamais havia visto beleza igual. Deixei meus olhos se acomodarem somente em você e se acostumarem diante de todos os seus gestos, quando falo que você desarruma todos os meus planos e pensamentos, funciona como uma multidão pisando no meu peito, que deixa a saudade estrangulando, a lembrança revivendo a ferocidade dos beijos, dos tapas e beliscos e o desespero de querer-te por perto, sempre. Daí a imensidão em demasia do tempo que demora encosta em mim, se amarra em mim, justo em mim. Fico a esperar a desordem diária de te ver. Eu quase morro de amor, de saudades, de incertezas (...)
Louanny Cury.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Cenário Noturno
A noite se aproxima junto às mariposas que voam em circundantes movimentos entre as lâmpadas dos postes, e quando a noite chega, as andorinhas dançam revoadas entre as árvores da praça, as corujas voam rapinantes e distraídas nos jardins dos mortos. A noite chega quando os morcegos se encontram preparados sobre a copa das sete copas enquanto o vento sussurra a morte. Nota-se sua chegada pelo latido do cachorro que por pouco não uiva, pelo miado do gato sobre muros e telhados, nota-se pelo cricrilar dos grilos na janela, pelo inebriante perfume da dama-da-noite vestida de primavera, nota-se pelas lágrimas que escorrem pelo rosto no breu da solidão. A noite chega quando as ruas se silenciam e os postes nada mais iluminam senão o mistério da noite, a noite chega quando o apito do guarda marca o compasso da noite, quando as casas se trancam e os quartos guardam sonhos e temores, a noite chega quando o dia se transforma e os notívagos saem à procura da semente da manhã. Louanny Cury.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Na tarde inerte, no meu cansaço, no tédio existe uma saudade de me tirar o ar, de me desesperar. O coração bate forte, o sangue circula nas veias e nada, nada além do que sinto. A saudade da infância. Do olhar inocente, dos momentos em que a única preocupação seria concluir o dever de casa pra ser liberada pra pular corda. Na minha infância não existia um coração partido. Um sentimento de mágoa e nenhuma angústia que me impedisse de perdoar mesmo que não amasse. Tive momentos incríveis até crescer, virar “gente grande” e esquecer do reflexo da criança que havia em mim. No fundo eu falo de amor, é o amor o veneno da minha vida.
Louanny Cury.
Louanny Cury.
sábado, 29 de janeiro de 2011
Entre nossas armações, entre nossos emaranhados capilares que nos servem como cabana, se escondem minhas lágrimas que às vezes dão brilhos aos olhos quando tudo passa imperceptível por trás da expressão apática. Ódio e amor mesmo que irreconhecíveis andam entrelaçados desde o dia em que te conheci. Apesar disso, amo. Amo e odeio amar.
Apesar disso até as entrelinhas tem me sido em vão e normalmente, é. Que despropósito! Que vergonha! A minha culpa que não justifica o teu descaso, sua credibilidade, minha abstração e sofrimento, TUDO em vão. De vez em quando a culpa é sua, TODA sua, porque simplesmente você não se importa.
Louanny Cury.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Sua sombra na parede branca em traços dissipados nos seus movimentos cotidianos me estima a observar. Eu encaro e me calo. De um lado sua energia me prende, e de outro me tiram de lá. Personalidade lúcida e consciente tão normal quanto pensar. No meu imaginário tudo ganha automação, inclusive o teu mundo infinito recluso nos seus próprios acontecimentos. Mergulho nos seus olhos e visto deles o sol se distorce. Eu encaro e me calo. As pessoas falam sobre (...) As pessoas falam de (...) Arquitetando e sempre montando muros e paredes. Eu encaro e me calo. É como tratamos nossos sentimentos. Você está sozinho e às vezes não sabe disso. Eu encaro e me calo. Por que dos vidros a voz não vai passar (...) Então, eu encaro e me calo. Você pode tentar sair, você pode quebrar. Mas também pode se ferir.
Eu encaro, e falo: Não construa nunca mais muros no teu caminho.
Louanny Cury.
Eu encaro, e falo: Não construa nunca mais muros no teu caminho.
Louanny Cury.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Anteontem olhei o céu, meu corpo sentia o peso da imensidão e levava o fardo pesado carregado de toda pouca sorte e malícia. Ontem, perto do amor o vi de outra forma em outro tom de azul, as nuvens passavam como algumas circunstâncias na vida e alguns sentimentos. Redemoinhamo-nos as pernas e caímos estirados na grama. Meu vocabulário é inválido mesmo que agora eu valha tudo neste mundo, incerto e sensato, justo e incompreendido. Meus olhos que te encaram com amor e a cabeça vaga, vazia, nada. Acomodada no seu peito e sorriso, isso basta. Não adiantaria me explicar, você não me entenderia.
E como de costume: Eu te amo.
Louanny Cury.
E como de costume: Eu te amo.
Louanny Cury.
domingo, 26 de setembro de 2010
Aos passos lentos sigo à espera de um convite animador. Sinto-o no ar. Nas pontas dos dedos e vejo as calçadas por onde você deixa seus passos. Abraço seu travesseiro e olho ao fundo nos seus olhos cheios de expectativas. Vejo-o dormir. Encaro seus chinelos no chão. Me deito. Levanto. Te encaro. Deito novamente. Penso em outra cama. Outra pessoa. Outra cortina. Outros olhos de afeto. Peço uma bebida forte onde eu possa afogar minhas confusões. Peço pra que vá embora, e que não me procure mais. E sem remorso você deixa o seu amor, vivendo das lembranças de nós dois (...)
Louanny Cury.
Louanny Cury.
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