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sexta-feira, 30 de abril de 2010

devana diz:
Silêncio no estúdio.
Gravando!
- Eu nunca vou esquecer broto, do dia em que você desmanchou meu topete.
Daquela bofetada no cinema.
Eu até estava disposto a te perdoar (...)
Aquele arranhão que você fez na minha motocicleta, nem foi caro consertar.
Vendi meu blusão pra te dar aquele vestido ‘chinfra’ que você queria.
Até comprei briga como João valentão.
Agora desmanchar meu topete, broto, isso foi imperdoável!

L. diz:
- Ah e o que te acrescenta esse Topete imbecil?
E aquele vestido ‘chinfra’? O que era aquilo? Uma joaninha gigante-ambulante?
Quanto ao arranhão na motocicleta. Foi pouco.
Eu devia mesmo era ter sumido com todos os teus potes de gel, e cortado teus cabelos na navalha.

devana diz:
- Garota, você se derrete todinha pelo meu topete.
Só fez aquilo porque eu estava conversando com Lili na grama. Mostrando meu disco novo do João Penca pra ela.
Você é um broto do mal!
Eu descobri a verdade sobre você.

L. diz:
- Lili? E que ciúme me causaria aquele resto de aborto montado como um quebra-cabeça pela mãe arrependida. Aquele rascunho de desenho infantil. Ela me causa uma interrogação enorme no peito, me pergunto de onde é que vem taaaanta... Você sabe não é?
Não me interessa esse teu topete idiota. Tua coleção de vinis.
Nem a sua verdade que é tão feia quanto a minha realidade!

devana diz:
- Não venha com poesia pro meu lado não, Lolly.
Você sabe que eu sou o maior valentão do bairro não sabe?
Eu roubei essas flores de João valentão pra você!
Ele ia dar elas para Lili.
Mas acho que ela não vai mais querer ver ele com o estrago que eu fiz nele.
Aceita essas tulipas?

L. diz:
- Ha HÁ ha! Não seja ridículo.
Se quer saber, estou gostando mesmo é de Jack.
E não estou dando a mínima pra você! Nem para suas mil aventuras com Lili.

devana diz:
- QUEM È ESSE TAL DE JACK?
Eu conheço?
É algum frangote?
Será que ele aguenta no muque comigo?

L. diz:
- Não é o Valentão Teddy?
Então, vá à investigação! Ao encontrar, arrisque!
Aposte todas suas cartas de pôquer.
Enquanto lhe desejo:
Má sorte!

devana diz:
- Azar no jogo, sorte no amor e na porrada.
O que é que esse Jack tem que eu não tenho, hein?

L. diz:
- Você quer dizer: O que ele não tem que você tem, não é ?

devana diz:
- Por acaso ele anda na lambreta a 100 km por hora com você fugindo da polícia?

L. diz:
- (...) O que ele não tem Teddy, é esse topete ridículo e essa prepotência dissimulada!

devana diz:
- Por acaso ele sabe cantar todas as canções do Roberto e Erasmo Carlos pra você, aquelas que você adora?
Por acaso Jack sabe te dar um beijo tão violento quanto o meu?

L. diz:
- “O calhambeque bi-bi, quero conservar o calhambeque, bibidhubidhubidhu... " (8)
É claro que sabe Teddy. Você não é 30% do que é Jack.
Na cama então, juro! Dá um filme.
Um dia eu faço, e ainda lhe dou de presente autografado por nós.
Vai ser bonito!

devana diz:
- Broto, você me magoou, me magoou pra valer, e desmanchou meu topete. (Snif)
Não quero te ver nunca mais!
EPÌLOGO:
Teddy dá um beijo ultra violento em Lolly.
Ela fica bamba e cai no chão, com uma expressão sedenta.
Teddy não se importa.
Teddy entra no seu cadilac vermelho.
Teddy bate a porta com força.
Teddy pega o seu violão folk com cores de fogo.

L. diz:
Lolly se levanta. Consegue alcançar Teddy. Eles voltam para o barraco. Caem na cama, e transam até que o abajur quebre!
E aproveita para assistir uma sessão de filmes orientais com Lolly.

devana diz:
Teddy atira o violão ao chão com força partindo-o em dois.
O que só aconteceria na imaginação de Lolly.
Porque Teddy está em cima do cadilac gritando:
- “Nunca mais vou tocar nada pra você sua vadia"
Teddy pega seu cadilac e desce a rua augusta a 120 por hora.

L. diz:
- “Mas eu sempre desmancharei seu topete idiota, seu cachorro!"

devana diz:
Teddy derrapa na curva, bate numa árvore.

L. diz:
E MORRE!
No fim, Lolly é muito feliz com Jack.

devana diz:
No som do carro, toca "matinê no Rian"

L. diz:
Não porra!
Você morre!

devana diz:
Na árvore, está gravado um coração com as inscrições: “Lolly e Teddy eternamente."

L. diz:
- Ah não seja tão... Melado vai!

devana diz:
- Eu gosto de melodrama!

L. diz:
- Romantismo é conversa de botequim.

devana diz:
- Eu sou melodramático, oras!

L. diz:
- Não mete esse melodrama.
Você morre.
E eu sou feliz com Jack.
Tem fim mais bonito?
Não!

devana diz:
Oxe, eu coloquei meu ultra romantismo e você colocou o seu realismo pré modernismo.
Os dois se complementam
Você ficou feliz com Jack eu morri insatisfeito!







Escrito Por: Louanny e Devana.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Em 2010 seu cabelo é chocolate. Seu beijo consta o sabor azul. Seus lábios vermelhos dão tonalidades maçã aos meus dedos ao tocá-los. As segundas teus olhos tem cor cajá. Quem me dera comer teu cheiro macio. Tocar teus sonhos coloridos à moda retrô. Quem me dera ver tua pele vibrante. No reflexo dos seus óculos ganho animação. Quem me dera espremer um limão nos teus olhos, só pra ver qual cor eles obtém. As quartas dentro deles chovem penas de pavão, e as sextas tem cor de ameixas gordas, pretas e brilhantes, de maciez sem igual. As Luas Cheias você se transmuta em vampiro com sabor framboesa. Morde meu pescoço, e suga meu sangue pra fazer o nosso mar. Sangue cor doce, frutas-vermelhas. Sangue cheiro macio. 1951, mês 13, dia 500 nos casamos. Em época de jabuticaba temos edredom de orégano. Cheiro de roxo. Pão-de-mel. Pão-doce. Lua-de-mel debaixo do cobertor. Hoje somos, o sentido do futuro. A sinestesia. Se é que nos entende. Sinestesia, se entenderia, subentenderia que sente-se algo sinestésico. Sinestesia, com ou sem fantasia ?

Escrito por: Louanny e Devana.



Sentado na janela, um Trovador dedilha seus acordes supersônicos, submerso em si mesmo, ressoando o canto da ventania. Da janela, Trovador presenciava um sorriso capaz de abraçar o mundo. Sentado na beira do mundo, quebrou a primeira corda de seu coração emitindo o barulho da corda partida ecoando por todo espaço sideral. Por partir os tons, a raiva transbordava pelos olhos de Trovador, de maneira serpentina. Lá fora, o Sol desmanchava-se como açúcar em decompostos tons de cores sortidas de todas as freqüências, como um ki-suco etéreo. Doce, doce, doce, algodão doce composto da poeira das estrelas. Nessa hora, Trovador tinha o mundo em uma mão, e o coração na outra. Doce. Algodão doce era aquele sorriso de abraçar o mundo. Trovador lia sussurrando e se centrando no sorriso doce. Ansiando por prová-lo e senti-lo desmanchando em sua boca até que se transformasse em um escárnio, embora o que trovador quisesse mesmo era aprender a sorrir daquela maneira, de forma que não se arrependesse depois. A Lua, distante exalava teu brilho na terra. Trovador, sabendo que a Lua não era impossível, se impulsionou na tentativa de conquistá-la. Por tanto admirar a Lua, Trovador construiu um foguete. Sentia-se pronto para o mundo. Pra vida. Pra morte. Pra arte, mas pretendia que o foguete o levasse como era. Trovador, com o coração disparado e os olhos embaçados, decolou junto ao foguete com a certeza que conquistaria a lua. Trovador bateu n’um cometa sem ao menos perceber. O foguete explodiu. Trovador morreu. Mas dizem que seu violão continua vagando por aí. E seus acordes supersônicos continuam vagando pelo vácuo do espaço. Sem ressoar, a procura de algum asteróide que o possa compreender. Trovador foi apenas vítima de sua própria estupidez! Fracassou na terra e perdeu o brilho da Lua.

Escrito por: Louanny e Devana.

quinta-feira, 22 de abril de 2010


Juan colhia tulipas durante todas as manhãs de inverno. Acordava sempre antes do nascer do sol. Antes do desabrochar das flores. Antes mesmo que sua amada acordasse a tempo de pensar em ti. Para Juan, este fato era a maior representação de sua amada na terra. Juan aguardava ansioso por vê-la todos os dias despertando na aurora. Tulipa e Juan estão entre o amor que desabrocha qualquer sentimento amargo, embora somente Juan saiba quanto amor guardou sem saber que era somente de Tulipa. Era somente para Tulipa.

Louanny Cury.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Coração faceiro em tempo de criança. Olhar encantado pelas fadas e o voar das borboletas entoadas por passarinhos azuis. Ela, ainda menina comemorava com balas e balões. Chocolates. Surpresa submersa nos sonhos do papai, por mais ‘maluco beleza’ que ele fosse. Por trás da voz grave de um homem rígido, existiam olhos de mago. Mãos suaves. Sentimento terno. Eterno. Guardei no meu encanto o gosto da saudade. Nos meus desenhos. Daquele chá de violeta. Do bolo da tarde e do café da manhã. E da minha coleção de tesouros, que chamavam-se: cartas. Ah, a infância era doce. Hoje, canto em outras línguas. Deixo-me viver em outros nomes, cheios de possibilidades surreais.

Louanny Cury.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Luto!

Morte: Primeiro fato incompreendido pela humanidade. A morte que não nos é maldosa nem tampouco piedosa. Vivemos a morrer em espírito ou corpo. E o que há após o fim? Se a morte não morre. Vivemos a caminho da morte sabendo que ela estará lá, no meio de alguma trilha e no fim de alguma missão nos esperando. Pronta para nos levar a um destino de luz ou trevas. Ainda assim, como dizia, a morte, tão incompreendida, é linda. É doce. É colorida. Meiga por nos esperar dias, meses ou anos pacientemente estampando um singelo sorriso na face porque quem morre, ressuscita. Não da forma que você espera, e sim da forma que a vítima deseja voltar a viver. Morremos para dar a chance de outros viverem. Morremos para nos darmos a chance de viver novamente. A morte só é triste quando ressuscitamos sem voltar a viver. Quando nela não nos permitimos uma eterna alegria, uma terna alegria. Outras vezes a marca da morte não se apaga e nos deixa sentir a eterna saudade. O eterno sofrimento. E a eterna dor de viver morto. A morte é o alívio que chega pra nunca mais ir embora. Alívio eterno. Terno alívio. Eterno alívio de não mais viver nesse mundo do desprazer. Do convencer. Do ser e não mais ser. A morte é o que nos liberta a mente da prisão do corpo nos despertando para o mundo eterno. Para o abraço terno. Para o mundo de sonhos e devaneios. A morte é uma canção para dormir e descansar eternamente. A morte é o que nos permite viver. Viver é o que nos permite morrer. Vida a morte. Morte a vida!

Escrito por: Louanny e Devana.